João Anatalino

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Textos


O TESOURO DOS MAÇONS       
 
O pensamento gnóstico
 
Quando os teólogos da Igreja Romana transformaram o Cristianismo numa ideologia de massa e vincularam-na à política do Império Romano como religião oficial, a maravilhosa doutrina do Mestre de Nazaré deixou de ser uma verdadeira ponte entre o sagrado e profano para transformar-se em mais um instrumento ideológico. E assim também aconteceu com o Islamismo, o Judaísmo, o Bramanismo e todas as demais religiões que foram apropriadas pelos governantes e utilizadas como instrumento político de educação e controle das massas. 
Nesse sentido, Jesus também deixou de ser o Cristo, aquele que religaria as almas humanas com o Céu, para se tornar apenas mais um difusor de ideologias. O Jesus do Cristianismo oficial transformou-se em mais um filósofo, contestável e doutrinariamente insatisfatório para os espíritos que buscavam uma realidade divina, original e descontaminada das impurezas trazidas pelas ideologias políticas e raciais, que estão no cerne de todas as religiões.
Assim pensavam os gnósticos e por isso floresceram as teses defendidas por essa escola de pensamento, como tentativas de recuperar aquele Cristianismo messiânico e mágico que as primeiras comunidades cristãs professaram e que fez a força do novo credo. Surgiram então as diversas teses que procuravam explicar o universo através das mais estranhas e bizarras concepções. Foi assim que nasceu o conjunto de doutrinas místicas que se convencionou chamar-se de Gnose.
A idéia era a de que os filósofos podem ser contestados, os deuses não. A Igreja Romana transformara a mensagem divina, trazida por Jesus, em uma filosofia de vida acomodatícia e materialista, fundamentada em uma doutrina vazia de conteúdo espiritual, cujo único propósito era garantir o poder temporal para os governos que a adotassem e o poder espiritual para os membros do seu clero. Os cristãos, nos primeiros séculos do Cristianismo e principalmente depois que se tornou a religião oficial do Império Romano, eram duplamente escravos, pensavam os gnósticos, pois na vida profana eram subjugados pelo estado romano e na vida espiritual serviam a um clero corrupto, arrogante e ganancioso.
Foi contra a massificação da mensagem de Jesus, a sua politização e transformação em instrumento do poder secular que as correntes gnósticas de pensamento se insurgiram. Os gnósticos cristãos dos primeiro século queriam preservar a pureza do conhecimento iniciático contido na mensagem cristã. Não acreditavam em nenhuma verdade revelada por um Deus particular e preconceituoso, como lhes parecia ser o Deus do Velho Testamento. A verdade, segundo a sensibilidade que os dominava, estava na própria criação que o Verdadeiro Deus espalhara sobre o universo e não na mensagem de uma igreja, ou de um grupo em particular.
Destarte, se o Deus do Velho Testamento era assim tão contestável, aquele que essa Igreja anunciava como sendo filho dele não o seria menos, diziam algumas seitas gnósticas. Por isso era preciso desvincular a doutrina de Jesus do Judaísmo tradicional e apresentá-lo sobre uma ótica nova.
Dessa forma, o Cristo judeu fundiu-se com as divindades solares das antigas religiões, especialmente egípcia e persa, e dai nasceu um novo Deus, palatável para gregos e romanos que relutavam em abandonar suas antigas deidades para adorar o filho de um carpinteiro que eles mesmos haviam crucificado. Foi assim que o Cristianismo venceu em Roma e se tornou o credo oficial.
 
                   O Cristo Gnóstico

 
Embora a Igreja de Roma jamais tenha reconhecido esse fato, é preciso dizer que o Gnosticismo contribuiu bastante para essa vitória. Não foram os ensinamentos dos apóstolos originais de Jesus que deram sedimentação ao credo que se instalou em Roma, mas sim a doutrina de Paulo de Tarso, enxertada pelas teses gnósticas, o verdadeiro alicerce da nova crença adotada pelos romanos. O Cristo de Paulo não é mesmo dos apóstolos que conviveram com Jesus. Estes acreditavam que Jesus era o Messias judeu e tinha vindo para cumprir as profecias antigas, de restabelecimento do reino de Israel. Paulo transformou Jesus no Cristhos universal, salvador da humanidade e não apenas de Israel.
Esse conflito doutrinário transparece claramente nas crônicas dos Atos dos Apóstolos e nas Cartas Paulinas. O Cristo dos apóstolos não é um “deus”, no sentido que lhe deu Paulo e os gnósticos, mas sim um profeta maior, no mesmo nível de Moisés ou Elias, ou o Maomé dos muçulmanos. São filhos de homens que foram escolhidos por Deus para realizar uma missão na terra. E ainda que acreditassem que Jesus era, de fato, o emblemático Messias, uma espécie de semideus ansiosamente aguardado pelo povo de Israel para redimir sua nação, jamais se cogitou, entre eles, de atribuir ao seu líder o status de uma verdadeira divindade, no mesmo nível de Jeová, o Deus único e universal, como os cristãos fizeram com Jesus.
Aliás, para os judeus, a idéia de que Jeová tivesse um filho, de posição hierárquica igual à dele no panteão divino, era uma verdadeira blasfêmia, uma heresia que só podia mesmo ser punida com a morte. Foi essa a principal razão que levou Jesus à cruz, aliada á questão política, que pesou muito na balança, quando se aventou a possibilidade de que Jesus pudesse ser, realmente, o propalado Messias das profecias.
Assim, não passava pela cabeça dos discípulos de Jesus fazer dele um Deus, com estatura paritária ao próprio Jeová, pois este era o Deus universal e único. Uma idéia dessas jamais seria aceitável no universo judeu, e a simples menção dessa possibilidade já constituía blasfêmia das grossas, crime capital, punível com a pena de morte.
Mas essa hierarquia existia no Mitraísmo, pois os discípulos de Mitra haviam feito dele uma divindade com posição semelhante à da divindade suprema, Ahura Mazda. E foi, portanto, na religião mitraica que Paulo de Tarso e os gnósticos que o seguiram, foram buscar a concepção de um Cristo Universal, salvador da humanidade, e não apenas um redentor dos judeus, como estes queriam do seu Messias.  
A condição divina de Cristo, encarnado em Jesus, começa a aparecer na obra de Paulo de Tarso e encontra seu maior defensor no gnóstico João, autor do Quarto Evangelho. E a partir daí essa idéia extrapolou para fronteiras que até Paulo e João jamais imaginariam.
 
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O Cristo Gnóstico- Arte Medieval Bizantina- O Mundo da Art4e- Vol. 4
                       
 
                O Cristianismo místico
 
Na verdade, o Cristo judeu só foi aceito pelas elites do Império Romano porque ele se identificava com Mitra, a divindade de maior prestígio entre os romanos na época em que Constantino elegeu o Cristianismo como religião oficial do Império. Essa foi uma jogada de mestre do Imperador, que adiou por mais de cem anos a queda do Império Romano no Ocidente e forneceu as bases sobre as quais o Império Romano do Oriente sobreviveria por mais um milênio. A religião mitráica, como vimos, era profundamente mística e agasalhava muitas teses semelhantes áquelas que os gnósticos professavam. [1]
Da mesma forma que os sacerdotes egípcios e os mestres das religiões orientais, os gnósticos pensavam que o conhecimento do mundo divino só podia ser atingido através de uma adequada iniciação, onde a prática ritualística pudesse ser combinada com fórmulas apropriadas de meditação e invocação da divindade.
Acreditando que a popularização de um conhecimento que só podia ser obtido pela prática iniciática acabava por abastardá-lo, os gnósticos formavam pequenos grupos sectários, e no mais das vezes transmitiam sua doutrina por via oral e quase sempre através de símbolos e alegorias. Nisso imitavam as antigas sociedades iniciáticas do Oriente e essa tradição foi transmitida para os hermetistas, que depois deles fundaram várias seitas iniciáticas para sua conservação e transmissão.[2] 
Os gnósticos não devem ser confundidos com mágicos ou divulgadores de heresias religiosas, embora em suas práticas apelassem constantemente para o pensamento mágico. Seus temas são naturalmente religiosos e não poderiam deixar de ser, dada à própria cultura na qual estavam inseridos. Constituíam, na verdade, grupos de livre pensadores que recusavam qualquer dogma e deduziam seus conhecimentos das grandes leis da natureza. Cultuavam o saber pelo saber, sem temores escatológicos. Pretendiam criar uma ciência do divino, uma teologia mística, cujo objetivo era a descoberta dos caminhos para a salvação do homem através do conhecimento, em oposição ao caminho da Igreja, que era o da fé, absoluta e incontestável, nas interpretações dos seus doutores.
A base da filosofia gnóstica era uma visão unificada do universo, onde tudo estava contido em tudo, o que estava em cima era igual ao que estava em baixo, o que estava dentro igual ao que estava fora. Essa era, segundo acreditavam, a primitiva composição do universo e a ela a sociedade dos homens, como um todo, e o espírito humano, como indivíduo, deviam aspirar.
A função do iniciado − o verdadeiro religioso − passava a ser a descoberta dessas realidades para unificá-las em seu espírito, atingindo assim a definitiva iluminação que constituía, na verdade, a única salvação que o homem poderia almejar. Essa noção teve nos chamados filósofos neoplatônicos os seus mais ferrenhos defensores, mas também encantou os pitagóricos, que nela incorporaram a sutileza das suas concepções matemáticas e geométricas a respeito da estrutura do universo e da atuação das forças divinas na sua formação. É claro que vários doutrinadores eclesiásticos aproveitaram essas idéias para justificarem as suas concepções acerca da natureza de Cristo e da proposta escatológica do Cristianismo para a humanidade. Daí encontrarmos várias seitas dentro da própria Igreja Católica desenvolvendo doutrinas que agasalhavam as mais estranhas concepções religiosas. Eram tantas e tão bizarras que a Igreja de Roma as censurou, colocando a maioria delas na conta das heresias.[3] 
 
As fraternidades gnósticas-Templários e Cátaros
                     
Os gnósticos dos primeiros séculos formavam comunidades calcadas na interação mestre-aprendiz, acreditando que tal prática gerava a energia necessária para alimentar a chama sagrada do conhecimento do divino (gnosis). O conhecimento só podia ser transmitido por iniciação e não por um processo de memorização e dedução. A sabedoria se obtinha por iluminação e não pelo aprendizado acadêmico.
Em função disso, os gnósticos desprezavam o clero secular, que pensava preservar e desenvolver o conhecimento copiando e imitando as obras antigas. Considerando como ”ovelhas perdidas” os membros do clero regular, que para eles eram meros padres, enquanto eles se consideravam “monges”, os gnósticos formaram comunidades iniciáticas que se resguardavam do apelo popular e realizavam interação somente entre os membros iniciados. Nisso integravam a tradição dos Antigos Mistérios, cujos praticantes eram profundamente hostis à popularização dos assuntos sagrados, com o momento em que viviam, em que a mensagem trazida por Jesus ganhava as ruas e se transformava em ideologia de massas. 
Essa mesma fórmula viria a ser utilizada mais tarde pelos Cavaleiros Templários, o que, de certa forma, contribuiu para o afastamento deles da Igreja Romana. É possível que a transformação dessa Ordem em sociedade iniciática tenha sido um dos principais motivos da sua condenação. Afinal, a maioria das acusações feitas a eles envolviam teses gnósticas que a Igreja havia repelido e condenado antes como heresias. Abstraindo os motivos políticos e econômicos, que pesaram bastante na balança quando da extinção da Ordem do Templo e da prisão de seus membros, pode-se dizer que os Templários foram condenados e tiveram sua organização extinta justamente por agasalhar entre suas práticas algumas idéias consideradas heréticas. Situam-se entre essas práticas o culto à deusa Ísis ( a lua crescente), o culto ao ídolo Baphomet, à serpente Ouroboros, os seus rituais de iniciação e de elevação, que eram claras reminiscências de antigos rituais de fertilidade. Embora o processo movido pela Igreja contra a Ordem dos Templários tenha sido publicado e nele se revele a face francamente herética (na visão católica) dessa Irmandade, o fato é que o verdadeiro caráter dos seus rituais e a natureza da sua filosofia nunca foi, de fato, revelada, permanecendo, até hoje, um verdadeiro mistério. Mas o que parece indiscutível é que os Cavaleiros do Templo podem ser classificados como verdadeiros gnósticos, tal como seriam os seus sucedâneos mais próximos, os cátaros.[4]
 
A Gnose a Maçonaria
 
De qualquer forma, em tudo que se refere à Maçonaria, essas informações são de extrema importância quando se trata de conhecer a sua origem e entender a sua filosofia. Ela contém raízes muito profundas na Gnose cristã. E embora a Gnose, como sistema de pensamento, tenha sobrevivido à atividade predadora que contra ela a Igreja tem praticado através dos séculos, foi através da prática maçônica que ela ganhou corpo entre a elite intelectual que se formou após o período cultural conhecido como Renascença. Através da Maçonaria a sociedade ocidental conservou também a tradição iniciática da fratria e a noção altamente espiritualizada da utopia e da egrégora. Assim, o pensamento mágico dos gnósticos e a noção corporativista dos antigos clãs se uniram para dar sedimento à estrutura filosófica da Arte Real.
É, pois, nesses arquétipos – a noção de um mundo mágico e harmônico que já existiu um dia (a utopia), e na crença de que o pensamento humano pode alcançá-lo através do estudo e da prática virtuosa (o pensamento mágico) − que a Maçonaria, enquanto disciplina espiritualista se alicerça. E é para esse fim que ela congrega seus membros em egrégora (A Loja), buscando na realização desse simbolismo o mesmo resultado que as antigas corporações iniciáticas obtinham em suas práticas rituais.
 
Um casamento por amor
 
A nossa convicção é de que a interação da Maçonaria com a tradição hermética e os ideais da cavalaria é uma herança que já vem do tempo das cruzadas. Na Terra Santa foram ensaiadas as primeiras tentativas de se criar um rito simbólico que pudesse integrar as tradições dessas três grandes vertentes da cultura medieval. Afinal, cavaleiros, mestres construtores e filósofos adeptos do pensamento gnóstico e da alquimia conviviam na Terra Santa e em diversos territórios da Europa e do Oriente Médio. E de alguma forma, o fundamento de suas filosofias, o cerne de suas esperanças e o objetivo de suas práticas eram os mesmos.
Com o que sonhavam, por exemplo, os Cavaleiros Templários, senão com a instituição de um reino universal cristão, onde os homens fossem governados pelas virtudes exigidas de um cavaleiro? Não teria sido, certamente, com esse objetivo, que a Ordem do Templo tenha se desenvolvido e se tornado uma potência econômica, política e militar tão poderosa que, em certo momento tenha preocupado os potentados da época e seu próprio patrono, o Papa?
E qual era o sonho hermético? Não era simplesmente, como se supõe, o de descobrir, pela manipulação química dos minerais, o segredo da fabricação de metais preciosos. O objetivo dos alquimistas, na verdade, era o mesmo dos filósofos gnósticos, ou seja, o de obter um conhecimento, uma gnosis, através do estudo da natureza e dos seus processos de transmutação dos minerais.
Dessa forma, acreditavam os hermetistas (tanto alquimistas como filósofos gnósticos), que o próprio iniciado poderia realizar uma transmutação espiritual capaz de dotá-lo de uma consciência superior. E isso se realizaria através da Gnose (iluminação pelo conhecimento) e não pela fé, como sustentava a crença da Igreja oficial.
Por outro lado, sabe-se que determinados ofícios, como o de construtor, eram sacralizados. Através da profissão o praticante pensava poder aperfeiçoar o seu espírito, quer dizer, à medida que sua obra evoluísse, á medida que ela se tornasse perfeita, ele também se aperfeiçoava interiormente, por que a obra material nada mais era que o reflexo de seu espírito.
Por isso é que os segredos da sua arte eram transmitidos, não de forma acadêmica ou simplesmente empírica, como nas disciplinas e práticas profissionais laicas, mas sim, de forma iniciática. Os maçons medievais (pedreiros-livres), desde épocas imemoriais sempre guardaram ciosamente os segredos da profissão, só os transmitindo por iniciação. Dessa forma, os irmãos operativos, que guardavam os segredos da profissão e somente os transmitiam aos seus aprendizes, e os alquimistas, solitários pesquisadores dos segredos da natureza, que viviam reclusos em seus laboratórios, e os amantes da filosofia oculta eram praticamente sócios da mesma esperança cultural. Daí o casamento entre essas três vertentes da cultural medieval  − Maçonaria, Gnose e Hermetismo− foi uma união natural e necessária. Foi um casamento por amor e por interesse mútuo.    
 
Do operativo para o especulativo
 
Partidários de um mesmo segredo e de um método semelhante para a transmissão dos conhecimentos obtidos em suas práticas, não é estranho que em certo momento histórico pedreiros e arquitetos profissionais e intelectuais amantes do pensamento mágico acabassem se fundindo e se tornando uma única cultura.  
Evidentemente tudo isso era visto com muita desconfiança pela Igreja medieval. Em 1314, a Ordem dos Templários tinha sido extinta pelo Papa Clemente IV após um rumoroso processo onde seus membros foram acusados, julgados e condenados pela prática de heresia, homossexualismo, magia negra e outros crimes. Quanto aos alquimistas e os cultores da Gnose, estes nunca foram vistos com bons olhos pela Igreja. Um bom número de praticantes dessa Arte, bem como cultores dessa filosofia foi parar nas masmorras e não poucos pagaram com suas vidas por ousarem praticar crenças diferentes daquelas que a Igreja medieval patrocinava.
Mas as corporações de obreiros da construção eram toleradas e até protegidas pela Igreja e pelas autoridades seculares. Os mestres construtores gozavam de alta reputação na sociedade medieval e não sem razão; afinal, eram eles que erguiam as grandes catedrais, os castelos fortificados, os suntuosos edifícios públicos e os palácios reais. Era do maior interesse, portanto, tolerar os profissionais da construção e os artesãos que as ornamentavam, mesmo com suas idéias esotéricas e suas práticas corporativas.
Junto aos canteiros de obras se formavam as Lojas dos maçons operativos, onde, a par dos assuntos profanos referentes aos interesses da classe, também se faziam as iniciações, as elevações de grau, a comunicação, sempre iniciática, dos segredos da profissão aos iniciantes aprendizes e a elevação dos novos mestres.
Com a interação entre pedreiros-livres, cavaleiros e cultores da tradição hermética, começaram a surgir junto às Lojas operativas, grupos de estudo que se ocupavam, não somente dos segredos da profissão de construtor, mas também de discutir outros pontos da cultura da época. Desde as idéias gnósticas sobre religião, até as teses sobre políticas de desenvolvimento econômico e social e campanhas militares, esses grupos começaram a atrair a atenção dos “espíritos de classe”, no dizer de Pawels e Bergier, dando nascimento a novos centros de cultura e saber.
Esses grupos formaram os núcleos iniciais da chamada Maçonaria especulativa. Sua função era a especulação pura e simples, mas dessa prática sempre se extraiam ações que repercutiam no mundo exterior.[5]
Sabe-se que as bases da chamada Renascença e da Reforma religiosa foram lançadas bem antes do século XVI, quando esses movimentos efetivamente explodiram. Já nos séculos XIII, XIV e XV, em regiões como o Languedoc francês, em Frandles, nos Países Baixos, em alguns reinos alemães e principalmente no norte da Itália, uma antecipação da época moderna já vinha ocorrendo, com a consolidação das monarquias nacionais e o fim da Guerra dos Cem Anos.
Os efeitos da Guerra dos Cem anos foram diversos, como reconhecem a maioria dos historiadores. Um desses efeitos foi a noção de unidade nacional desenvolvida principalmente pelos ingleses e franceses, que os ajudou a consolidar a idéia de Estado nacional em oposição ao regime feudal, atomizado e dividido politicamente. Após o término da Guerra de Cem Anos, o feudalismo foi praticamente extinto na Inglaterra em conseqüência da Guerra das Duas Rosas, da qual emergiu a dinastia dos Tudores. Na Alemanha e na Itália o regime feudal se extinguiu no século XV, mas em conseqüência da estrutura política desses países, divididos entre estados governados por príncipes e repúblicas fortemente armadas, e também muitos estados pontifícios, sob a influência direta do Papa, não se conseguiu, como na França, Inglaterra, Espanha e Portugal, organizar de pronto as monarquias nacionais. Em conseqüência, a Alemanha e a Itália só viriam conhecer uma definitiva unificação política no século XIX.[6]
 
O comércio e a indústria floresceram em função das cruzadas. O contato com a civilização árabe e bizantina trouxe para a Europa novas idéias e uma cultura até então desconhecida começou a ser implantada nos territórios onde a influência da Igreja não era monolítica. Poderosas corporações de oficio foram fundadas pelos profissionais de cada profissão nas cidades mais populosas. Essas corporações, como as Hansas dos mercadores de Frandles, Alemanha e França, acabaram se tornando núcleos de grandes nações. A Suíça e a Holanda são exemplos de países formados por associações de comerciantes.
As corporações de ofício não se pareciam, como comumente se pensa, aos modernos sindicatos. Na verdade, seus objetivos eram mais amplos. Constituíam verdadeiras Fraternidades que cuidavam não só da vida econômica de seus membros, mas também da sua vida social e religiosa. Desempenhavam papéis equivalentes aos das associações religiosas e faziam também o papel de sociedades beneficentes, companhias de seguros, clubes sociais, partidos políticos, etc.
Dominavam um largo espectro da vida econômica medieval e seu poder e influência era levada em muita conta pelas autoridades religiosas e seculares. Cada corporação tinha seus próprios estatutos e regras, bem como seu santo padroeiro. As famosas Old Charges (Os Velhos Deveres), que comumente se invoca como sendo um estatuto da Maçonaria operativa, nada mais são que regras prescritas para os membros das corporações de oficio dos construtores ingleses e escoceses. São regras que exigem desses profissionais determinado tipo de comportamento social, bem como estabelecem certos “deveres”, relativos à atitude deles como membros da corporação. Dessa forma, em estados ainda não organizados, com legislação esparsa e atomizada, muitas vezes de caráter apenas consuetudinário, as regras corporativas acabavam sendo muito mais impositivas de comportamento do que aquelas emanadas das autoridades.   
Desse caldo de cultura sairia, em breve, o pensamento reformador que daria início ao movimento que conhecemos pelo nome de Renascimento.
 
A renascença
 
No inicio do século XVI começa então a abertura cultural denominada Renascença. Assiste-se á uma revalorização do homem a partir dos antigos modelos grego-romano de beleza e competência pessoal. O culto ao humano, eclipsado durante a Idade Média pela valorização do ideal ascético, começa a ganhar os principais centros intelectuais da Europa. A ciência se renova pelo apelo à razão mais do que á fé. Teorias racionais de explicação do universo contrastam com as velhas idéias admitidas pela Igreja. Explode a Reforma Protestante desencadeada pela rebeldia do frade alemão Martinho Lutero.
No meio disso tudo acontece uma revalorização do pensamento hermético e das teses gnósticas. Filósofos como Giordano Bruno, Thomas Mórus, Marcilio Ficcino, Pico de La Mirándola e outros ressuscitam as idéias de utopias políticas e religiões solares, em contraste com a idéia dominante do catolicismo universal, centrada na filosofia de Aristóteles e no heliocentrismo de Ptolomeu. Outros filósofos e artistas, como Leonardo da Vinci, Erasmo de Roterdã e Nicolau Maquiavel lançam as bases de uma nova ética e uma nova moral, enquanto cientistas como Galileu Galilei e Copérnico descortinam novos horizontes para a ciência.
Toda essa efervescência cultural logo se faria sentir no território mais sutil dos sentimentos humanos, que é a religião. A corrupção do clero católico e principalmente as motivações políticas e econômicas desencadearam a revolução protestante conhecida como Reforma, mas foi, sem dúvida, a onda de liberdade de pensamento que se espalhou pela Europa durante os anos da Renascença que destruiu o monopólio da Igreja católica sobre o espírito da sociedade ocidental. Desse caldo de cultura viria a surgir o frade Martinho Lutero para incendiar de vez o pensamento ocidental com as bases da sua Reforma Religiosa.
 
               Martinho Lutero e os Rosa-Cruzes
 
      Martinho Lutero (1483 – 1546) foi o desencadeador do movimento conhecido como Protestantismo. Não há qualquer informação que ligue a figura do inspirador da Reforma religiosa à Maçonaria, nem qualquer referência que possa sugerir uma interação dele com os maçons operativos. Mas, na altura em que ele dava início ao maior e mais importante cisma que o Cristianismo viria a sofrer em sua história, estes já constituíam um importante fenômeno cultural, difundido por toda a Europa, principalmente na Alemanha, onde ele começou a sua pregação.
Em razão da liberdade de consciência e da condição de pedreiros livres que ostentavam, podendo mover-se livremente pelo território europeu sem os incômodos burocráticos a que estavam sujeitos os demais cidadãos, esses profissionais e os intelectuais que eles haviam admitido em suas corporações, devem ter se constituído em importante canal para as idéias do frade alemão. Assim, face às ligações já apontadas, que Martinho Lutero mantinha com os círculos místicos da Alemanha, não seria imprudente apontá-lo como simpatizante das idéias daquele grupo precursor que viria dar origem ao movimento Rosa-Cruz, fundado pelo alquimista Joahnnes Valentin Andreas, no início do século XVII, cuja influência na Maçonaria foi fundamental para o direcionamento que ela tomou enquanto fenômeno cultural.
No início do século XVII aparecem os Manifestos Rosa-Cruzes. Em outras obras de nossa autoria já tratamos desse curioso fato cultural com mais pormenores.[7] Por enquanto é suficiente dizer que graças às pesquisas de Serge Huttin e Francês Yates sabe-se hoje que a Rosa-Cruz, como instituição, naquela época, jamais existiu. Tratou-se, na verdade, de um grupo de pensadores místicos, predominantemente alemães, que diziam estar de posse de grandes segredos capazes de mudar a face da história da humanidade.[8]
Tais assertivas excitaram, como é óbvio, a imaginação popular e não poucos intelectuais se sentiram atraídos pela “Fraternidade da Rosa-Cruz”. Esses pensadores, na verdade, nada mais faziam do que divulgar teses e tradições herméticas desenvolvidas por alquimistas e filósofos gnósticos. Seus segredos eram aqueles que os alquimistas diziam ter descoberto em seus “magistérios”. Grupos desses “rosacrucianos” faziam parte ativa das Lojas especulativas alemãs, francesas e inglesas e tinham introduzido nos rituais dessas Lojas símbolos, alegorias, evocações e ensinamentos extraídos da tradição hermética e gnóstica. O termo “rosacruz” tornou-se sinônimo de livre-pensador. Todo intelectual que não se conformava com a “saia justa” que as autoridades religiosas queriam impor ao pensamento se dizia, ou se julgava um “rosacruciano”. Voltaire, Isaac Newton, Leonardo da Vinci, Miguelangelo, entre outros, eram tidos como “rosacrucianos.”
Durante todo o século XVII as Lojas especulativas da Europa conviveriam com essa verdadeira Babel intelectual em que se tornara a prática maçônica. Maçons alquimistas, maçons gnósticos, maçons cavaleiros, cada qual, conforme escreveu H.P. Marcy, “interpretando à sua vontade as Velhas Constituições (as Old Charges), criando uma profusão de maneiras de fazer uma iniciação, de conduzir uma reunião, de interpretar os símbolos e os ensinamentos maçônicos.” [9]
“Essa diversidade,” prossegue o autor, poderia “destruir a unidade moral que permanecia como único vínculo entre os maçons aceitos. A confusão aumenta todos os dias e a velha instituição ameaça falir sem esperança de recuperação”.[10]
Em tese, podemos dizer que os Manifestos Rosa-Cruzes foram os correspondentes herméticos da doutrina professada na Maçonaria especulativa e anteciparam em mais de um século os estatutos da Ordem, porquanto agasalharam em suas propostas a idéia de Irmandade que a ordem maçônica mundial iria perseguir em seus objetivos.[11]
 
Os maçons aceitos
 
Um sistema de pensamento que fosse tolerante o suficiente para agasalhar todas as vertentes do pensamento religioso e secular não podia se filiar a nenhum credo, nem podia propagar suas idéias pela forma acadêmica regular. Em algum momento, provavelmente no início do século XVII, a tradição hermética entrou nos ritos praticados pelos maçons das Lojas operativas, transformando-as em Lojas especulativas. Como isso se deu não é matéria pacífica, mas de forma geral se admite que esse fato aconteceu pela admissão, entre os profissionais da construção, de membros não pertencentes às suas categorias.
Esses eram os chamados “maçons aceitos”. Entre eles se encontravam militares, filósofos, intelectuais, professores, membros do clero, comerciantes etc., pessoas que de alguma forma procuravam um meio seguro de expressar seus pensamentos sem precisar renunciar as suas crenças.
Não há consenso entre os historiadores de quem teria sido o primeiro maçom especulativo, ou seja, a primeira pessoa não pertencente aos quadros profissionais dos pedreiros livres a ser admitida como membro em suas Lojas. O mais antigo registro de uma iniciação desse tipo é o de John Boswell, lorde de Aushinleck,  que em 8 de junho de 1600 foi recebido como maçom aceito na Saint Mary’s Chapell Lodge (Loja da Capela de Santa Maria), em Edimburgo, na Escócia. Essa Loja teria sido fundada em 1228 no canteiro de obras preparado para a construção da Capela de Santa Maria, naquela cidade, que então era a mais importante da Escócia. Era costume, naquela época, a organização de Lojas entre os pedreiros, pois assim se chamavam às assembléias dos obreiros que se reuniam para discutir sobre os assuntos referentes às obras e à profissão.
Após a iniciação de Lorde Bosswel, o processo de aceitação de maçons não profissionais se tornaria comum. Logo se espalharia pelos canteiros de obras da Escócia, Inglaterra, Alemanha, França e outros países, de tal maneira que ao final do século XVI, o número de maçons aceitos − então chamados de especulativos −  ultrapassou os operativos. Assim, na primeira metade do século XVII, encontram-se registros de várias pessoas importantes na sociedade de seus respectivos países sendo admitidas nas Lojas dos pedreiros livres. Nomes como os de William Wilson, aceito em 1622, Robert Murray, tenente-general do exército escocês, recebido, em 1641, na Loja da Capela de Santa Maria, que se tornou posteriormente Mestre Geral de todas as Lojas do Exército; o coronel Henry Mainwairing, recebido, em 1646, numa Loja de Warrington, no Lancashire, e o famoso antiquário e alquimista Elias Ashmole, recebido na mesma Loja e no mesmo dia (16 de outubro) que o coronel Henry.
Na área da arquitetura, nessa altura, os maçons operativos já haviam perdido a maior parte do seu prestígio, uma vez que a forma arquitetônica tradicional deles, a gótica, havia caído em desuso, eclipsada pelo modelo neoclássico. Porém, em 2 de setembro de 1666, um grande incêndio irrompeu na cidade de Londres, destruindo mais da metade da cidade − cerca de quarenta mil casas e oitenta e seis igrejas. Nessa ocasião, os maçons operativos foram chamados para participar do esforço de reconstrução da cidade, sob a direção do renomado mestre arquiteto Cristopher Wren, que foi logo iniciado maçom.  Foi no canteiro de construção da igreja de S. Paulo, presidido por ele, que em 1691, foi fundada a Loja São Paulo (em alusão à igreja), conhecida como Loja da taberna "O Ganso e a Grelha", uma das quatro que, em 1717, iria, juntamente com as outras três Lojas londrinas, se unirem para a fundação da Grande Loja de Londres. Nasceria dessa fusão a Maçonaria moderna, na sua forma institucional.[12]
Geralmente se costuma atribuir a Elias Ashmole a introdução do hermetismo na Maçonaria. Esse intelectual inglês, que entrou para a Ordem em 1641, conforme suas próprias anotações, era um notável hermetista especializado em alquimia e estudioso das tradições da cavalaria. É impossível não pensar que um indivíduo com esse perfil não tivesse prestado qualquer contribuição de vulto nesse sentido. Todavia, em 1641, como vimos, as Lojas maçônicas já praticavam ritos enxertados com a tradição hermética e “aceitavam” pessoas não ligadas ao oficio de construtor. E essa prática já vinha de longa data, a se acreditar nas pesquisas de Jean Palou e Robert Ambelain.[13]
Por outro lado, a primazia de John Bosswel como sendo o primeiro maçom aceito de que se tem notícia tem sido contestada por alguns autores que afirmam que numa Loja de Bolonha, Itália, já existia, no Século XIII, dez irmãos admitidos nessa condição. Essa informação estaria contida na chamada Carta de Bolonha, datada de 1248, o que faz desse documento o mais antigo texto maçônico até hoje recenseado.  
Efetivamente, a publicação da Carta de Bolonha, presumindo que se trata de um documento verdadeiro, coloca em xeque as teses de que a Maçonaria especulativa teria origem principalmente nas Ilhas Britânicas, a partir da admissão de Lorde Bosswel e outras figuras importantes da sociedade inglesa e escocesa. Esse documento, oriundo de uma Loja italiana, mostra que a tradição de ordenar como companheiro maçom profissionais de outras categorias já era usada no século XIII, e não se iniciou no século XVI como usualmente se pensava.[14]
Assim, o que se pode presumir é que Ashmole e seu grupo de hermetistas entraram para a Maçonaria como conseqüência dessa prática, mas não se constituíram, de forma alguma, na sua causa. É possível que Ashmole tenha de algum modo, executado um trabalho de organização, desenvolvimento e propagação dos ritos maçônicos na nova formulação que as Lojas especulativas inglesas estavam praticando, desde que nelas se introduziram os cultores da tradição hermética, mas disso, como de resto, não temos provas que confirmem essa assertiva.
 
A Constituição de Anderson
 
Foi para por um fim a essa confusão que as quatro Grandes Lojas de Londres se fundiram no ano de 1717, dando início à chamada Maçonaria moderna. Moderna porque a partir desse acontecimento a Ordem maçônica, que era um conjunto de homens que se reuniam para praticar a arte do livre pensar, ganhou um regulamento, como se o pensamento pudesse ser regulado. M. Lapage, bastante sagaz a respeito, comentou lastimosamente que “a partir do dia nefasto em que (...) a maçonaria se deu chefes e regulamentos gerais, (...) os maçons rejeitaram a mais bela idéia maçônica, isto é,“ o maçom livre na loja livre.[15]
Evidentemente, a tentativa dos maçons londrinos, de por ordem na casa, (Ordo ab Chao) não foi aceita pacificamente no mundo maçônico. Fosse na Alemanha, ou em França, onde as tradições templárias e herméticas tinham deitado raízes profundas nas práticas maçônicas, uma chamada de ordem, feita especialmente por ingleses, só podia mesmo causar repulsa e consternação. Nem os trabalhos de Désaguliers, Ransay, Radcliffe e outros chamados “pais da maçonaria moderna” foram suficientes para acalmar os ânimos. Maçonarias Escocesa, Francesa, Alemã, Martinista, de Boillon, etc. eram títulos dados a diferentes ramos que se espalhavam pelas Ilhas Britânicas e pelo continente europeu e americano nos meados do século XVIII, dando origem a uma profusão de rituais, sistemas e filiações que se dividiram em Ritos propriamente ditos, como o Rito Escocês Antigo e Aceito, o Rito Escocês Retificado, o Rito Adoniramita, O Rito da Estrita Observância, o Rito de Heredon, o Rito de Mênfis, O Rito de York, Rito Templário, de Misrain, etc.
Hoje, pacificada a disputa que se estabeleceu entre as diversas confissões maçônicas, disputas que no mais das vezes refletiram os embates políticos que deram origem ao mundo moderno, podemos dizer que essa luta continua, entretanto, no terreno conceitual. Há maçons que propugnam por uma Maçonaria mais atuante nos assuntos políticos e sociais, ora agindo filantropicamente, ora participando de cruzadas políticas em favor desta ou daquela idéia. Há os maçons que vêem a Ordem como uma escola de pensamento onde se deve cultivar exclusivamente moral e ética, e há também os que levam a sério a idéia de uma Maçonaria simbólica e iniciática, nos melhores moldes dos especulativos anteriores a 1717.
Para nós o que fica não é a filiação a esta ou aquela linha de pensamento ou ação, mas sim a idéia de que a Maçonaria, como filosofia de vida e exercício espiritual, é um conjunto de arquétipos emuladores de virtude e catalisadores dos mais nobres sentimentos que uma pessoa pode desenvolver. E é nesse sentido que se deve estudá-la e praticá-la. As conseqüências que daí são extraídas ficam por conta dos objetivos de cada Irmão. O Tesouro Arcano que ela contém pode ser aproveitado por todos os Irmãos, independente da concepção que ele faça da Arte Real. O caráter sem mácula (erguer templos à virtude) e a luta contra toda forma de opressão ao espírito humano (cavar masmorras ao vício) são a pedra filosofal a ser encontrada pelo maçom. A via escolhida é opção de cada um.[16]
        
 
 
 
As Constituições de Anderson- Capa da edição de 1723

 
[1] Mitra era o deus preferido das legiões romanas.
[2] As chamadas seitas gnósticas,  na sua grande maioria tinham o caráter de verdadeiras Fraternidades.

[3] Ver Sarane Alexandrian- História da Filosofia Oculta, citado.
[4] Sobre os Cavaleiros Templários e sua relação com a Maçonaria veja-se a nossa obra “Mestres do Universo” já citada. Sobre os cátaros e a influência da Gnose na doutrina agasalhada pela tradição maçônica, veja-se o nosso trabalho “Conhecendo a Arte Real, publicado pela Ed. Madras, São Paulo, 2007.
[5] O Despertar dos Mágicos, op citado, pg. 123. Entre esses “círculos do saber” situa-se a famosa Royal Society inglesa, famoso clube de intelectuais e cientistas fundado em Londres em 1660. Entre os fundadores encontram-se vários nomes ligados à ciência e ao esoterismo, entre ele Robert Boyle e Sir Isaac Newton. Christopher Wren, o famoso arquiteto também faz parte dessa lista. 
 
[6]  Mac Nail Burns, História da Civilização Ocidental, Rio de Janeiro, Ed. Globo, 1971.. 
[7] Conhecendo a Arte Real, citada.
[8] Serge Hutin- História da Alquimia-Cultrix, São Paulo, 1987
―Frances Yates, O Iluminismo Rosa-Cruz, Cultrix, São Paulo, 1967
[9] Jean Palou,op citado, pg. 35.
[10] Idem, op citado pg. 48.
[11] São vários os trabalhos alquímicos que tratam da filosofia Rosa-Cruz. Os dois manifestos mais famosos, entretanto, são o “Fama e Fraternitatis” e o “Confessio Fraternitatis”, ambos publicados pela primeira vez em 1614 e 1615 respectivamente.  Os Manifestos Rosa-Cruzes falam da criação de uma “Fraternidade mundial de sábios”, congregada para a prática do bem e o desenvolvimento das ciências, objetivo que também faz parte dos postulados da Maçonaria.
[12] Jean Palou- A Maçonaria Simbólica e Iniciática, op citado.
[13]  Idem, pg. 78.
― Robert Ambelain- A Franco - Maçonaria, Ibrasa, São Paulo, 1999.
[14] Eugênio Bonvicini- Maçonaria do Rito Escocês- Ed. Athanor- Roma, 1988.
[15] Ibidem, pg. 50
[16] Alusão á prática da alquuimia, segundo a qual a pedra filosofal pode ser obtida pela via seca ou pela via úmida.

 
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 21/01/2019


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